terça-feira, 23 de junho de 2009

A Andorinha

Certa vez houve uma inundação numa imensa floresta. O choro das nuvens que deveria promover a vida dessa vez anunciou a morte. Os grandes animais bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás. Devastaram tudo o que estava à frente. Os animais menores seguiam seus rastros. De repente uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na contramão procurando a quem salvar." As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas. Disseram: ' Você é louca! O que poderá fazer com um corpo tão frágil?'. Os abutres brandaram: ' Utópica! Veja se enxerga a sua pequenez!'. Por onde a frágil andorinha passava, era ridicularizada. Mais, atenta, procurava alguém que pudesse resgatar. Suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de beija-flor debatendo-se na água, quase se entregando. Apesar de nunca ter aprendido a margulhar, ela se atirou na água e com muito esforço pegou o diminuto pássaro pela asa esquerda. E bateu em retirada, carregando o filhote no bico." Ao retornar, encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar: ' Maluca! Está querendo ser heroína!'. Mais não parou; muito fadigada, só descansou após deixar o pequeno beija-flor em local seguro. Horas depois, encontrou as hienas embaixo de uma sombra. Fitando-as nos olhos, deu a sua resposta: ' Só me sinto digna das minhas asas se eu as utilizar para fazer os outros voarem'."
Na nossa socieda hoje há muitos abutres e hienas. Não esperem muito dos animais grandes. Esperem deles, sim, indelicadezas, incompreensões, rejeições, calúnias e necessidaes doentia de poder. Não devemos ser grandes herois e heroinas, para terem seus feitos descritos em um livro importante ou uma estátua na praça da cidade, mais que nós sejamos pequenas andorinhas que sobrevoam no anonimato a sociedada, resgatando aqueles que estão frágeis demais para voarem sozinhos. Aqueles que precisam de um consolo, um carinho, um abrigo, ou um simples abraço. Sejam dignos das suas asas."Lembrem-se de que ações sem riscos, produzem conquistas sem méritos".

Nayara Fanzi

(Adaptado de O Vendedor de Sonhos - Augusto Cury)

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